sexta-feira, 22 de março de 2013

Os Símbolos da Tormenta - França - Capítulo 10 - Final - O Grande Tormenta Parte 2




     Liza não esperava por aquilo, um navio pirata no bem no Canal da Mancha, como ninguém notou isso antes? Ela estava admirada com o quanto aquele navio era grande, o pior, nenhuma força naval percebeu sua aproximação? Ela queria se aproximar, ela se lembrava um pouco das palavas de Siergart, ele disse que o navio era a passagem deles para a Inglaterra.
     - Vamos para a Inglaterra? - Perguntou ela.
     - Claro que sim, minha cara. - Disse Siergart. - Lá encontraremos nosso segundo Símbolo da Tormenta.
     - Segundo? Quantos são? - Perguntou ela.
     - Quatro. - Dessa vez, quem respondeu foi Léo, ele fitava sério o navio.
     Liza sentia que já havia visto aquele majestoso navio uma vez, mas não lembrava de onde, ela tentou se esforçar para se lembrar, mas nada lhe vinha a cabeça.
     - Liza. - Chamou Léo, ela despertou, atenta.
     - Sim? - Perguntou ela.
     - Vá chamar os outros, diga a eles que vamos partir mais cedo esta noite. - Respondeu ele.
     Liza saiu do campo de visão e foi até o acampamento, ela acordou José, Susana, Marcos e Geovanna para que eles pudessem seguir caminho, ela voltou para as perto das caixas, ela conseguiu ouvir a conversa de Léo com o pai.
     - Ela é muito bonita... filho. - Dizia Siergart, certamente, falando sobre ela.
     - É, mas... ela não é a Bianca. - Respondeu Léo, ele olhava atentamente para os piratas que descarregavam caixas do barco para o porto.
     - Ela se parece muito com a Bianca.
     - Mas ela não é a Bianca, pai, ela não é a garota que eu mais amei na minha longa e infeliz vida.
     - E se ela for?
     Léo olhou incrédulo para seu pai.
     - Ainda acredita nessa bestei...? - Começou Léo.
     - Não, garoto, não é besteira, reencarnação é coisa séria, e eu acredito, sim, desde a primeira vez que a vi, que ela é a reencarnação da princesa Bianca, ela pode derrotar o Duque Henry, o imortal. - Disse Siergart.
     - ELA NÃO É A BIANCA! - Vociferou Léo. - Essa garota não tem condições de ser algum tipo de reencarnação dela, ou o que seja, ela apenas se parece com a Bianca.
     - Se você realmente acha que ela não é a reencarnação da princesa Bianca, então por que foi até Portugal para vê-la? Por que aturou ela esse tempo? Por que gosta do jeito dela? Por que a beijou? - Perguntou Siergart.
     Liza saiu do esconderijo e foi até eles.
     - Pois é, Leonard, por que me beijou? - Perguntou ela de braços cruzados, de pé, os dois ficaram de olhos arregalados.
     Bem na hora que um pirata a viu e gritou, vários piratas o cercaram e os levaram para dentro perto do navio, havia um homem corpulento e barbudo a espera deles, esse homem sorria como se houvesse ganhado na loteria.
     - Ora se não é meu velho amigo Leonard Ghalliard... há quanto tempo, não é mesmo? - Disse o homem barbudo, sorridente.
     Léo sorrio fracamente.
     - Capitão Burgh, que prazer revê-lo. - Disse Léo, claramente fingindo.
     - Você já mentiu melhor, garoto. - Disse o capitão Burgh.
     - O senhor também já cheirou melhor. - Disse Léo, o capitão caiu na gargalhada e colocou a espada na garganta de Léo.
     - Leonard, Leonard, Leonard... pequeno e precioso Leonard... volte a se juntar a nós, terá seu posto de segundo no comando de volta, imagina só... viajar no grande Tormenta de novo. - O capitão encheu a boca ao falar a palavra "Tormenta". Liza se sentia ligeiramente incomodada com o fato de estar sendo segurada por um pirata que a xavecava direto.
     Léo sorriu.
     - Eu adoraria, capitão Burgh, mas, sabe como é? Eu tenho coisas a fazer... se é que me entende, então... - Ele deu um salto e chutou a cara do capitão Burgh, depois congelou os seis piratas que prendiam seus companheiros, depois se virou para congelar mais dez piratas e congelou os pés do capitão no chão, deu outro chute e o capitão caiu para trás.
     Tudo foi tão rápido que Liza só teve tempo de puxar o punhal e cortar a perna de um pirata, que caiu no chão, e cortar o peito do outro, e cair por cima dele, batendo a base do punhal na cabeça dele.
     Ela se levantou assustada, Léo segurou seu braço e a puxou para o navio, José, Susana, Marcos e Geovanna já estavam a bordo, tirando os outros piratas que estavam dentro do navio, Léo congelou a ponte de passagem do navio para o porto, ele cortou as cordas que eles estavam atracados e correu com Liza para a bordo do navio.
     - Não falta mais ninguém? - Ele perguntou ofegando.
     Geovanna apontou para o porto, ele olhou e viu seu pai lutando contra vinte piratas, Siergart parecia um lobo contra os vinte piratas de Burgh, ele era feroz e ágil contra os oponentes, ele girou o braço por cima da própria cabeça, apontando para o Canal da Mancha, ele sabia o que queria dizer, ele deu ordem a todos para içar as velas, para se prepararem para partir.
     Liza se sentiu um pouco tonta e se sentou no convés, ela sentia uma dor estranha, ela pôs a mão na lateral do corpo, e sentiu algo lá, ela olhou atentamente e lá, na lateral do corpo dela, havia uma flecha, sua visão começou a ficar turva.
     Léo se vira para Liza e a vê sentada no convés, pálida, mais pálida que o habitual, ele viu algo brotar da lateral do corpo dela, ele foi correndo até ela, desesperado, ele largou a espada ao lado dele e ficou ajoelhado ao lado dela, ele sentiu-se como da última vez, quando havia perdido Bianca, parecia que tudo estava se repetindo, como se o mundo não quisesse que ele jamais fosse feliz ao lado de alguém, congelar seu coração seria a melhor opção, ele sabia que ela não era Bianca, mas ela lhe lembrava muito a Bianca que ele um dia conheceu e se apaixonou, e agora ele via que estava perdendo-a, ele sentiu a mesma pontada em seu coração, será que ele estava novamente se apaixonando? Por Elizabeth Cortez? Uma simples garota de Portugal que lhe atraíra muito.
     Liza o via ali, ao lado dela, ele estava, ela não podia acreditar, chorando... ele estava chorando por ela, porque ela estava partindo, partindo para um lugar onde ele não poderia alcançá-la novamente.
     - Léo... - Liza chamava fracamente. - Eu... eu te perdoo pelo que disse... por que... quem ama de verdade, perdoa, e eu... estou apaixonada por você...
     Léo não conseguiu segurar e caiu em choro, acariciando o rosto dela, ela sorriu e fechou os olhos, e se viu no nada e no tudo ao mesmo tempo, ela viu seu pai diante dela, ele sorria calorosamente, e ele só disse uma coisa.
     - A sua hora não chegou, filha, você ainda tem muito tempo por vir. - Ele disse.
     Liza se sentiu sendo puxada de volta e abriu os olhos, ela viu Marcos e Geovanna olhando para ela, Geovanna sorriu ao ver ela abrindo os olhos.
     - Onde... - Liza começou.
     - Nada de falar. - Interceptou Geovanna.
     - É, você tem que ir até o convés agora, tem alguém que precisa falar contigo. - Disse Marcos.
     Liza se levantou e se arrumou, ela se sentia um pouco indisposta, mas fez força até chegar ao convés superior, chegando lá, Léo estava na parte da frente do navio, ela foi até ele, ele se virou para ela, segurou a sua mão.
     - Me perdoa por tudo que eu disse... - Ele começou.
     Liza colocou um dedo atravessando os lábios dele, ela sorriu e se aproximou dele, deu-lhe um beijo demorado nos lábios e o abraçou.
     - Por hoje, não quero saber de mais nada além de nós dois... - Disse Liza acariciando o rosto de Léo, ele sorriu e a beijou os lábios. Ele fitou o horizonte, sério, ela ficou preocupada. - O que foi?
     - Não podemos, simplesmente ignorar a busca pelos Símbolos da Tormenta... - Ele olhou para ela. - Temos que encontrar os outros Símbolos... - Ela apenas assentiu.
     Liza continuou ali, abraçada a ele por um tempo indeterminado, admirando o horizonte, o Sol estava nascendo, mais radiante que nunca pela primeira vez em dias, para Liza, ela gostava de estar com Léo, e queria continuar assim até o final, mas a vida é uma caixinha de surpresas e nunca sabemos o que pode acontecer a seguir.
   

Continua... talvez...

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