quinta-feira, 21 de março de 2013

Os Símbolos da Tormenta - França - Capítulo 9 - O Grande Tormenta


     - Eu já disse que não vou responder as suas perguntas - dizia Léo - , e a não ser que queira viajar congelada dentro de um caixão, sugiro que não me faça mais perguntas e fique quieta, Elizabeth.
      Liza seguia, incansavelmente, Léo para onde quer que eles fossem, ela tinha várias perguntas para fazer a ele, quem, realmente, era ele, ela não saberia responder, e é o que mais ela gostaria de saber naquele momento.
      Ela não podia negar que estava começando a se apaixonar por ele, mesmo que eles tivessem se conhecido à tão pouco tempo, havia algo nele que a atraía, não se sabe se era o jeito dele, durão, difícil, não sabia se era sua força, vitalidade e conhecimento de liderança, ela não saberia dizer o que realmente a atraía em Léo.
      Eles caminhavam, atravessando a França, agora, pois Siergart estava ainda cansado demais para tentar o teleporte para qualquer outro lugar do mundo, ele disse que o tempo médio era de algumas horas, as vezes poderiam chegar a 48 horas se ele fez teleporte com a energia já esgotada.
      Marcos andava ao lado de Geovanna que estava totalmente coberta por uma capa preta, ele tinha todo cuidado com ela, se um raio de sol tocasse alguma parte do corpo dela, isso lhe provocaria uma tremenda dor, o que seria, evidentemente, bastante desagradável, José e Susana iam conversando, se entendendo melhor, Léo ainda se fazia de difícil para Liza, ela tentava quebrar o gelo as vezes, perguntando coisas comuns, como se faltava muito tempo.
       O fim da tarde chegou e o céu escureceu, Liza não desgrudava de Léo, querendo saber mais alguma coisa, a noite, na fogueira, ela ainda continuou tentando arrancar alguma coisa dele, o que estava deixando-o claramente estressado.
       - Quer parar de me fazer perguntas, por favor? - Pediu ele.
       - Só quando você respondê-las. - Insistiu ela.
       Ele hesitou e então relaxou, a essa altura, eles já estavam em algum porto no litoral da França, onde ficava o Canal da Mancha, ele se sentou, ela também se sentou do lado dele.
       - O que quer saber? - Ele perguntou.
       Ela respirou fundo.
       - Em primeiro lugar: vou te fazer não só uma, mas algumas perguntas, quantas forem preciso - acrescentou ela antes dele falar alguma coisa - quero saber quem era Bianca...
       Essa pergunta realmente pegou Léo desprevenido, ele coçou a parte de trás da cabeça.
       - Ela era uma pessoa muito especial para mim... já faz muito tempo...
       - Põe muito nisso. - Ela complementou, ele deu um pequeno sorriso.
       Ela se aproximou mais do rosto dele, acariciando o rosto dele, ele a olhava nos olhos, ela sentiu seu coração disparar, sua garganta e sua boca estavam secas, ela ansiava por aquele momento há um tempo, Léo sorriu para ela.
       - O que você, realmente, é? - Perguntou ela a Léo.
       Ele aproximou os lábios do ouvido dela e sussurrou:
       - Por que você não tenta descobrir? - Ele acariciava o pescoço dela, e ela se sentia cada vez mais atraída pelos lábios dele, até o momento em que os lábios dos dois se tocaram, ela sentiu sua boca ficar estranhamente gelada, até ela se lembrar que aquela era a temperatura normal do corpo dele.
       Ao término do beijo ela deu uma pequena risada.
       - O que foi? - Perguntou ele. - Eu beijo tão mal assim?
       - Não! - Ela ainda ria. - É que sua boca é fria.
       Ele riu.
       - Boca fria? - Perguntou ele.
       - É. - Ela ria.
       Siergart saiu das trevas e parou na frente dos dois.
       - Agradeceria se os pombinhos falassem um pouco mais baixo e prestassem a atenção naquilo.
       Ele apontava para o horizonte no Canal da Mancha, não dava para ver nada, havia muita neblina naquele lugar, ela forçou um pouco a vista e com algum tempo conseguiu ver luzes fracas vindas do mar e então, em alguns minutos um navio pirata, totalmente fora de época, rompeu do nevoeiro e atracou no porto, ela mal podia acreditar no que estava vendo.
       - O que é isso? - Ela perguntou a Siergart.
       Ele sorriu e respondeu:
       - Isso? É a nossa passagem para a Inglaterra. - Ele falou todo cheio de si. - Este é o navio Tormenta do Mar.

Continua...

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