terça-feira, 20 de março de 2012

Os Símbolos da Tormenta - Portugal - Capítulo 2 - Surpresa na Aula


Enquanto observava o garoto surpreso, Liza ficava se perguntando qual seria o motivo do espanto do garoto com ela. Será que eles já se conheciam à muito tempo e ela não lembrava? Ela não tinha certeza disso. Será que ele havia tido um sonho sobrenatural no qual os dois estavam envolvidos? Tá, aí já seria absurdamente improvável, o fato era que alguma coisa assustava o garoto.
Ela decidiu falar com ele.
"Tudo bem? Tem algum problema comigo?" perguntou Liza "É o meu cabelo?" o garoto mudou de expressão, sorriu, divertindo-se, e balançou a cabeça em negação.
"Não, é que... tenho uma leve impressão de que já conheço você." disse o garoto, além de ser bonito, sua voz era suave e fria, era óbvio que o garoto era o frio em pessoa "Você é daqui de Lisboa mesmo?" perguntou o menino à Liza.
"Sou." respondeu ela "Em relação ao que você disse, da impressão de já termos nos conhecido... bom, eu pensei em algo parecido."
"Sério?" exclamou ele "Eu não..."
O garoto parou.
"Você não...?" perguntou Liza.
"Nada." disse ele olhando para a porta da sala de aula, no mesmo instante em que Marco entrou na sala de aula com Geovana, a expressão do menino mudou para aborrecimento e desconfiança, ou até raiva, Liza não sabia ao certo, mas havia muita em seu rosto, desde que ela o vira pela primeira vez, ele virou-se para ela. "Meu nome é Leonardo, mas todos que eu conheço me chamam de Léo." disse o menino, estendendo a mão para Liza, ela apertou a mão dele, era como se ela segurasse bem firme cubos de gelo, com muita força, sua mão era tão fria que chegava a arder.
"Meu nome é Liza." disse ela, quando ele voltou a olhar para a porta ela começou a aquecer a mão, sem que ele percebesse.
Ele voltou para ela.
"Enfim, o que você ia dizer mesmo? Você não...?" insistiu Liza.
O menino girou os olhos.
"Eu não acredito que já tenhamos nos conhecido." disse ele, tentando disfarçar "Eu me mudei para cá há poucos dias."
"Sério? E de onde você é?" perguntou Liza.
"Sou da Itália, mas vivi no interior de Portugal por cinco anos." disse Léo.
"Sério?" perguntou Susana, se intrometendo na conversa.
Liza corou, queria atirar os cadernos na cara de Susana, apesar dela ser a sua melhor amiga hiperativa e "animadinha" demais.
"Susana, vai conversar com o José, por favor." propôs Liza à sua melhor amiga.
"Ah, não, seu irmão é um idiota, Liza." resmungou Susana.
"Susana, por favor, vai." disse Liza num tom ameaçador.
Susana captou a mensagem, levantou-se e foi até onde José conversava e berrava coisas idiotas com os amigos dele.
"Então..." começou Liza.
"Essa não." exclamou Léo.
"O que foi?" perguntou Liza.
"Cuidado!" gritou ele, a parede da sala explodiu. Muita gente se jogou, muita gente ficou parada e foi atingida por pedaços da parede, Léo se levantou rapidamente, estava totalmente normal, exceto por poeira que caiu sobre eles "Droga!" resmungou ele, ele olhava para o enorme rombo que se formara na parede, de lá, um monstro estranho saiu, um monstro com corpo de lagarto e cabeça de tubarão.
"Mas que bicho é esse?!" exclamou Liza.

Continua...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Os Símbolos da Tormenta - Portugal - Capítulo 1 - Novato

Era um dia comum em Lisboa, Portugal, Liza tomava café-da-manhã com os seus dois irmãos gêmeos, José e Marco. Ela lhes contava o sonho que havia tido, com o seu novo fim, que era bem melhor que os outros. Em uma das versões, o prisioneiro fora executado e sua cabeça rolou pelo palco de madeira, muito sangue jorrava, em outra versão, o homem congelava os carrascos, jogou as correntes contra o homem pálido, mas o homem pálido apenas a segurou e as puxou, com uma espada, apunhalou o prisioneiro no tórax, o mesmo gemeu e morreu aos pés do homem pálido.
"Dessa vez o homem sobreviveu?" perguntou Marco, seus irmãos eram gêmeos idênticos, mas dava para saber que era Marco, porque ele tinha uma cicatriz no rosto, tão grande que partia a sobrancelha e atravessava a bochecha do garoto.
"Sim." respondeu-lhe Liza "Dessa vez ele matou um dos carrascos com as correntes, congelou o outro, xingou o chefe e fugiu, se transformando em uma águia."
"Águia?!" Primeiro lobo, e agora, uma águia?!" resmungou José. "Que cara mais estranho, que sonho mais estranho."
Liza estava prestes a lhes falar alguma coisa, mas algo a interrompeu, a sua madrasta, Clara Cortez, impediu que ela falasse, a dona Cortez entrara na cozinha com uma sacola de compras, José, automaticamente, se  levantou e ajudou a sua madrasta com as compras, ela havia ido ao mercado, obviamente.
"Obrigada, Marco" disse a mulher.
"Sou o José" disse o irmão de Liza.
"Dá no mesmo" disse-lhe a mulher.
"Não, eu tenho uma cicatriz no rosto, José não tem" disse Marco, enquanto colocava o pedaço de pão na boca.
Ela olhou para eles.
"Já tomaram café-da-manhã?"
"Estamos terminando" disseram os três ao mesmo tempo, Liza terminava de comer a maçã, levantou-se e pegou a bolsa.
A madrasta deles, dona Clara Cortez, parou, olhou para eles por um instante, e estremeceu.
"Vocês são muito estranhos." disse-lhes ela.
"Por que?" perguntaram os três ao mesmo tempo, José estava um pouco atrasado, pois ainda mastigava uma torrada na boca.
"Falando assim, ao mesmo tempo, são muito estranhos" ela estremeceu de novo.
"Ora, somos gêmeos, o que você esperava?" perguntaram os três juntos mais uma vez, Clara estremeceu de novo, virou-se e saiu da cozinha "Maluca..." disseram eles juntos mais uma vez.
Liza olhava para os irmãos, que comiam lentamente, esperando que ela explodisse, como de costume, ela resistiu, mas com três minutos, não aguentou mais.
"Vamos logo! Não podemos nos atrasar de novo!" gritou ela, os irmãos começaram a rir, terminaram de comer e se levantaram, pegaram a mochila e saíram, seguindo a sua irmã.
Ao chegarem à escola, foram direto para a classe, Liza e José, pelo menos, Marco estava conversando com Geovana, sua namorada, Ao chegar à sala, ela notou algo diferente, algo como... se a sala esfriasse, mesmo que ela não sentisse frio frequentemente e não se perturbasse com o calor, mas o ambiente na sala de aula mudara. Logo, Susana veio ao seu encontro.
"Oi, você não vai acreditar na novidade!" exclamou ela, Susana era a sua melhor amiga, alguém com quem contava sempre.
"Oi, que novidade?" perguntou Liza.
"Dã... o aluno novo, garota, acorda! Ele é muito bonitinho!" disse Susana tomando ar.
"Aluno novo?" disse Liza, logo ela viu uma figura diferente dos garotos idiotas que ficavam berrando e brigando na sala de aula, lá no fundo da sala, ao lado do lugar que Liza normalmente sentava, um garoto usando uma jaqueta preta, camisa azul com uma imagem de um lobo de perfil formado por listras, uma calça jeans preta e um tênis All Star preto, o garoto escutava música, o capuz estava sobre a sua cabeça, mas deu para ver as feições do seu rosto, ele era magro, pálido, seu rosto parecia sério e feroz ao mesmo tempo, sua expressão era de, nada mais, nada menos que, tédio.
Liza se dirigiu até o lugar ao lado do garoto, que, aliás, era o seu, sentou-se, Susana ficou do outro lado de Liza, como normalmente, Liza olhou para o garoto, viu que ele era realmente bonito, ela ajeitou os cabelos castanhos, o garoto olhou para ela nos olhos, ela percebeu que os olhos do garoto eram frios, extremamente azuis e frios, ele olhou para ela e a sua expressão mudou, de tédio passou para surpresa.

Continua...

sábado, 3 de março de 2012

Nova História de Metamorfos. (Liza Cortez - Portugal)

Em algum lugar da vasta Europa, em alguma prisão de alguma torre de algum dos antigos castelos da Idade Média, encontrava-se um corpo caído, não gemia, não se movia, provavelmente estaria morto, mas então, dois homens vestidos com armaduras medievais idênticas, deveriam ser guardas do castelo, eles pegaram o homem aparentemente morto e o carregaram pelos braços, arrastando-o, desceram um lance de escadas, depois entraram por uma porta e andaram por alguns corredores até chegar à um palco. Um tipo de palco, com dois homens altos, encapuzados, segurando, cada um, um machado gigante, uma base de madeira quase do mesmo tamanho que o carrasco com uma lâmina curva na ponta de cima, apenas encostar na lâmina seria o bastante para cortar qualquer coisa, parecia recém-amolada, o homem, que deveria estar morto, seria executado.
O homem foi acorrentado, ele foi posto de pé, já não deveria ter forças nem para se manter de pé, um outro homem, pálido, bem vestido, com aspecto de morto se aproximou do homem.
"Você realmente achou que poderia... me matar?" disse o homem, sua voz era calma e fria, não hesitaria matar  ninguém "Tentando quebrar minhas defesas? O meu castelo é impenetrável"
O homem quase morto virou-se para o homem frio, arrogante, que tinha o seu destino nas mãos e cuspiu no rosto dele.
"Saiba, duque Henry, que você é um canalha imbecil e arrogante. Pedik!(Педик!)" xingou o homem quase morto em russo.
O homem pálido deu um passo para trás, olhou para os carrascos e acenou. Um foi até o homem quase morto e segurou as costas dele, enquanto o outro mirava o machado no pescoço do homem, uma multidão observava, a maioria dos cidadãos e aldeões estavam com medo e frio, nevava, mas o homem quase morto não sentia frio, o machado desceu, mas não acertou o pescoço do homem, ele havia recuado e asfixiava o primeiro carrasco com as correntes, matou o homem facilmente, o outro investiu com o machado, enquanto a arma se aproximava do homem mais ela ia congelando, pesou tanto que caiu bem a sua frente e fincou no piso, o homem escalou o machado, chutou o rosto do carrasco que começou a congelar, as correntes congelaram e quebraram, ele olhou em direção ao duque, lançou um sorriso e um olhar de desafio, virou-se, se transformou em uma águia e sumiu pelo céu.

* * *

Instantes depois, Liza acordou do sonho, o mesmo sonho que tivera por duas semanas, mas sempre havia um final diferente, ela olhava diretamente para a parede do quarto que dividia com os dois irmãos, uma fotografia estava na parede, haviam três crianças, todas do mesmo tamanho, com um homem, cabelos castanhos, barba aparada, olhos castanhos e brilhantes, pele pálida como a das crianças, como a sua pele, ela passou a mão na cabeça, olhou para o calendário pendurado na parede, seria o dia do aniversário do pai dela, o homem da fotografia, se ele não tivesse morrido à dois anos. Ela seguiu sua vida desde então, tentando entender o modo como o seu pai havia sido morto, ela já tinha dezesseis anos, e vivia com a viúva de seu pai, que não era a sua mãe, era uma mulher má, arrogante e gananciosa com quem o seu pai havia se casado quando ela e seus irmãos tinham apenas quatro anos.
Continua...