sexta-feira, 6 de abril de 2012

Os Símbolos da Tormenta - Portugal - Capítulo 3 - Trotons, mamães monstro e tudo mais

Liza olhava atordoada para o monstro que entrara pela parede na sala de aula, Léo era o único que não parecia abalado, ela olhou para os seus irmãos, eles se recuperavam do choque e se transformaram, antes que qualquer um visse, em dois lobos de pelo marrom-avermelhado, Léo estreitou os olhos e avançou contra o monstro.
"Léo, não!" gritou Liza "Você não pode lutar contra..."
Sua voz falhou, seu irmão, José,  fora atingido pela cauda do monstro e foi arremessado contra a parede e a atravessou, parando apenas na sala de aula vizinha, ela voltou à se concentrar, aturdida, com a luta do lobo em que seu irmão se transformou, olhou para Léo, ele agora brandia uma espada branca, de onde foi que aquilo saiu?! Ela não tinha tempo para descobrir, tudo se passava rápido demais, tão rápido que ela mal podia acompanhar, Léo abaixou-se quando o monstro tentava atingi-lo com a cauda.
Léo desviava de cada movimento do monstro, chegando cada vez mais perto dele, o lobo em que Marco havia se transformado não conseguia se aproximar do monstro para atacá-lo, porém, Léo, com muito esforço, se aproximava cada vez mais do monstro, e já desferindo golpes com a espada branca e brilhante, tão brilhante que chegava a quase cegar.
Cada golpe que Léo desferia no monstro, aparecia, ao invés de uma ferida, criava-se uma camada de gelo que cobria totalmente o ferimento. Léo já deixara o monstro quase congelado por completo, ele pulou nas costas do monstro e fincou a espada no que parecia ser a nuca do o monstro, o monstro ficou totalmente paralisado, começou a tomar uma cor diferente, começou a se cristalizar até trincar como vidro, e então, explodir em partículas minúsculas e brilhantes, como poeira.
Uma corrente fria se espalhou pelo ambiente, fazendo Liza juntar os braços sobre o peito e começar a bater o queixo.
"Não deveria sentir frio." disse Léo, fazendo sua espada desaparecer e uma chave aparecer no lugar dela.
"Por que?" perguntou Liza.
"Porque você é puro calor." respondeu ele.
Ela corou.
"Obrigada... eu acho."
Léo pareceu confuso por um instante e então gargalhou.
"Do que você está rindo?" perguntou Liza, confusa.
"Não, não é isso, eu quis dizer que você emite mais calor que os seres humanos normais" disse Léo " Você é uma metamorfa, não é?
"Sou, acho." respondeu Liza "Meu pai disse algo parecido antes de morrer."
"Eu tenho certeza que é, seus irmãos se transformaram em lobos."
Nesse instante, José, em forma humana, atravessava a sala cambaleando, vindo ao nosso encontro, parou no meio da sala para pegar Susana nos braços, ela parecia estar desacordada, Marco vinha ajudando Geovana, Léo olhou para ela como se fosse matá-la.
"Vamos, temos que ir embora." disse Léo.
"Ir embora?" perguntou Liza.
"Sim, fugir... enquanto ainda dá tempo de não aparecer outro monstro." disse Léo.
"Fugir? Por que?" perguntou Marco desconfiado.
"Você quer enfrentar a mamãe Troton? Acredite, aquilo era o bebê!" disse Léo.
Marco calou, se assustou.
"Bebê?" perguntou José "Ouve relatos de alguém que já matou a mãe?"
"Sim, uma menina de treze anos no Brasil" disse Léo.
"Ok. Vamos então, não quero me deparar com um monstro de tamanho demoníaco que uma menina de treze anos consegue derrotar e nós não" disse Marco.
Geovana hesitou.
"Mas tá fazendo sol lá fora." disse ela.
"E daí?" perguntou José.
Ela hesitou de novo, Léo girou os olhos e falou:
"Ela é uma..."
Na hora que ele ia dizer, um som agoniante e assustador de um monstro que estava ali perto, Léo virou-se para o buraco na parede, ao longo na rua, dava pra ver uma sombra se aproximando da escola, ele praguejou em uma língua que pensei ser russo, virou-se para nós com cara de alguém que estava muito irritado, mas parecia que sua expressão fria não se alterava.
"Tarde demais... a mamãe chegou." disse ele por fim.

Continua.