"Encontrou alguma coisa por aí?" perguntou-me Jessica, estávamos de novo na floresta, mas não para caçar animais, como já falei, não é hábito comermos animais enquanto estamos transformados, é apenas para controle, comemos animais de seis e seis meses, caso não nos alimentemos, a nossa parte animal se desprende de nós e nos transformamos sem controle, comeríamos o pedaço de carne mais próximo que existisse, mesmo um humano, ou até os entes mais próximos, faço isso por todos ao meu redor, mas principalmente pelo Carl, meu pai, apesar de não geneticamente, ele cuidou de mim.
"Não" respondi a Jessica, estávamos trilhando, estávamos tentando encontrar pegadas... pistas na verdade, de animais, acho que terei de explicar a história.
'Há um ano, um grupo de metamorfos tinham causado problemas por aqui, eram sempre crimes brutais, como assassinatos de humanos, pessoas com a metade do corpo já haviam se tornado comum serem encontradas aqui, um ano atrás, o números de homicídios... pessoas sendo atacadas por animais, superava cinquenta, e apena um grupo de metamorfos para fazer isso, um grupo de bestas sangrentas.'
'Eu e a Jessica já pegamos o rastro deles uma vez e os seguimos, quase os pegamos em Dallas, mas não tivemos tanta sorte, fomos atingidos por formas escuras gigantes, gente do mesmo bando, e desmaiamos. Éramos fracos, claro, tínhamos apenas quinze anos na época, mas já ouvi dizer, pela Jessica, que um metamorfo da América do Sul havia vencido três leopardos metamorfos, mais o líder do grupo! O que é muito para apenas um adolescente, não é muito fácil vencer um leopardo.'
Esta noite, eu e a Jessica procurávamos, novamente, rastros do mesmo grupo, nó os chamávamos de "Eles" porque nunca descobrimos que tipo de metamorfos eram, estávamos tentando descobrir à um ano e estamos tentando descobrir agora.
Eu andava pela mata, como eu bem conhecia ela em três anos, andava usando todos os sentidos e meios de rastreamento possíveis para um metamorfo lobo, quando, de repente, eu sinto um cheiro fora do normal, um cheiro que eu não estava acostumado, olho para baixo e encontro uma pegada, uma enorme pata de cachorro, com isso eu poderia deduzir que poderia ser eles, ou eu na noite passada, pois não havia chovido para poder apagar o meu rastro, resolvi não deduzir nada e seguir o rastro.
"Jessica, encontrei uma pegada" disse, ela veio correndo até mim, mostrei a pegada, ela parecia meio surpresa, meio com esperança "e agora? Seguimos?" perguntei.
"Claro" respondeu-me ela, que partiu na frente com uma lanterna vendo os rastros.
"Não seria melhor se você, pelo menos por alguns instantes, erguesse a cabeça para ver por onde está indo?" perguntei.
"Não preciso ver por onde eu estou indo." respondeu ela, ela passou por um galho, desviando dele sem nem ao menos olhar.
Seguimos rastros por uns dez minutos, quando eu ouço um barulho diferente.
"Estão perto o suficiente para saber que estamos aqui, mas não estão fugindo" disse.
"É por que eu fiz um campo protetor ao nosso redor, não exalamos cheiro, ninguém nos ouve, ninguém no vê e não podemos ser percebidos por qualquer metamorfo" respondeu Jessica.
"As vezes eu esqueço que temos poderes especiais" disse, meio melancólico.
"Mas os poderes nos ajudam e muito" disse Jessica.
"Não é você que tem um poder inútil" disse a ela.
Ela virou-se para mim, encostou o dedo fino e delicado no meu peito e exclamou:
"Poder da Cura não é inútil! Não se menospreze!" disse ela "Você é melhor que isso!"
Eu farejei o ar.
"Eles pararam em uma clareira naquela direção" disse.
"Viu, você é um ótimo cão-radar" disse Jessica rindo.
"Cão-radar" resmunguei, chegamos perto da clareira, ficamos escondidos, observando a clareira.
De primeira não percebi que tipo de metamorfos eram, depois percebi uma família americana comum, quatro pessoas, uma mãe e três filhos adolescentes, entre os filhos, uma garota linda, loura, de olhos azuis, magra, mas o que me intrigou é onde o pai havia se metido, de repente, o maior lobo que eu já vira em toda a minha vida atravessou as árvores e parou diante da família na clareira, queria correr e salvar eles, mas o lobo parou, sem falar que todos apenas observavam o lobo sem medo, de repente o lobo se transformou em um homem de meia idade, percebi que aquela família era de metamorfos, lobos como eu, e eles eram os assassinos... Continua